sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Comunicagem animal-humana


O livro "Problemas de Linguística Geral I" (Émile Benveniste) possui o texto "Comunicação animal e Linguagem humana" que disserta sobre a não linguagem animal exemplificando com estudos sobre o comportamento das abelhas. Começamos nossa discussão com a seguinte questão: "Os animais possuem, mesmo que de forma rudimentar, um modo de expressão que tenha os caracteres e as funções da linguagem?"
Segundo Benveniste os animais se comunicam para sobreviver. A comunicação animal está ligada ao fator da busca por alimentos, assim, a sobrevivência. Pesquisas demonstram que as abelhas tem um modo de comunicar-se, segundo o texto.
Karl Von Trish observou que as abelhas depois da descoberta de alimento, voltam  realizando um conjunto de danças e imediatamente deixam a colmeia, partindo diretamente para a fonte do alimento. As abelhas realizam dois tipos de dança: uma em forma "espiral" e a outra em forma de "oito".


A mensagem transmitidas por essas danças tem 3 dados:


a) a existência de uma fonte de alimento;


b) a sua distância;


c) a direção.


A mensagem consiste inteiramente na dança, sem intervenção de um aparelho vocal. Tal mensagem também não provoca nenhum tipo de resposta do ambiente, mas apenas uma conduta. Desse modo, não existe um diálogo na mensagem "trocada" pelas abelhas. A comunicação se refere a um certo dado objetivo (alimento). E sempre reproduz a mesma informação.
A linguagem tem o caráter de propiciar um substituto da experiência que seja adequado para ser transmitido sem fim no tempo e no espaço, o que é típico do nosso simbolismo e do fundamento da tradição linguística. A mensagem das abelhas, por sua vez, não se deixa analisar. Só é compreendida na sua totalidade, ao contrário da linguagem humana que pode ser analisada nas suas unidades mínimas.
A Linguagem humana também se caracteriza por ser dialógica e subjetiva. Sendo assim podemos concluir que a comunicação animal trata-se de um código.
É preciso levar em conta o ponto de vista abordado pela teoria de Benveniste, considerando as abelhas como "insetos pertencentes à ordem Hymenoptera, da superfamília Apoidea, subgrupo Anthophila, aparentados das vespas e formigas" (Wikipédia), desse modo inferior à complexidade do ser humano. O curioso é que mesmo assim apresenta uma comunicação, um "código de sobrevivência".
O ponto que questiono é o fato de Benveniste analisar espécies distintas e definir "comunicação" e "linguagem" segundo às regras determinadas pelo ser humano.

2 comentários:

  1. Fran,
    Criatividade de sobra hein garota?
    Seu curso tem cara de ser massa!

    Beijão,
    Gabriel

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  2. Parabéns pelo texto, adorei, beijos, ricardoszm

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